segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O lado opaco.

Este Verão de 2010, começaram as obras do novo Estádio do Atlético de Madrid, no «La Peineta», que ficará pronto em 2012/2013, deixando o Atlético de jogar no mítico Vicente Caldéron.


Na realidade o Estádio já existe na zona Este de Madrid como um "Estádio de Atletismo" com capacidade para 20.000 lugares, bem servido por transportes, nomeadamente a estação de metro do Estádio Olímpico, linha 7.
A ideia começou a ser pensada em 2006 pelo Presidente do Atlético de Madrid, Enrique Cerezo, foram ouvidos os sócios e apresentadas as linhas principais do projecto do futuro Estádio dos Colchoneros.

Redesenhado pelos Arquitectos Antonio Cruz e Antonio Ortizo, esta transformação obedecerá a um tipo de construção idêntico ao Emirate Stadium de Londres (que em Portugal tem um irmão, o Estádio da Luz) segundo os media Espanhóis.
Sendo assim, a Capital Espanhola ficará servida com um moderno Estádio de Futebol (e Olímpico), capaz de no futuro receber as chamadas provas maiores, pela possibilidade deste projecto poder colocar (e depois retirar) uma pista de Atletismo no Estádio criando-se assim a projecção para uns possíveis Jogos Olímpicos em Madrid lá para 2020 ou 2024.
Será a «Jóia da Coroa» da candidatura Olímpica de Madrid 2020, afirmou o Alcaide de Madrid, Ruiz-Gallardón, e, caso Madrid vença a candidatura aos Jogos Olímpicos de 2020 ou 2024, só depois disso é que o Estádio passa a ser definitivamente a casa oficial do Atlético de Madrid.
Obra pensada com critério e rigor Europeu, devido às exigentes normas que obrigam a que estas infra-estruturas, para poderem albergar grandes eventos, tenham acessos com capacidade de escoamento de pessoas e veículos (daí a construção de eixos rodoviários e do parque com capacidade para 3000 viaturas), de acordo com os mais elevados padrões de Segurança. Um aparte, relembrando que essa, é uma das razões para o facto do Estádio da Luz ( e outros Estádios) ter sido chumbado para a organização duma Final da Champions.



A mudança de Estádio, permitirá pôr em andamento a operação urbanística denominada Vicente Caldéron-Mahou, junto ao Rio Manzanares.

Na área de 31.000m2 do Estádio Vicente Caldéron será construída uma zona verde, denominado Parque Atlético de Madrid, e, no terreno com 61.521m2 onde existe agora a fábrica de cerveja Mahou, será edificado um parque residencial de qualidade superior com 175.000m2. Os benefícios desta operação, irão ser revertidos entre a Mahou (dois terços) e o Atlético de Madrid (um terço).
Em 12 de Dezembro de 2008, o Alcaide de Madrid, Ruiz-Gallardón e o Presidente do Atlético, Enrique Cerezo, apertaram as mãos no negócio em que por 195M€ pagos pelo Atlético de Madrid, o La Peineta iria ser convertido num Estádio de futebol com capacidade para 73.000 lugares.




«Al acto, celebrado en la sede de la Alcaldía, en el Palacio de Cibeles, han asistido los delegados de Urbanismo, Pilar Martínez; Seguridad, Pedro Calvo; y Hacienda, Juan Bravo; la consejera delegada de Madrid''16, Mercedes Coghen; el consejero delegado del Atlético de Madrid, Miguel Ángel Gil Marín, el entrenador, Javier Aguirre, y los jugadores Diego Forlán, Simao y Leo Franco.»

http://www.as.com/futbol/articulo/peineta-empezara-transformarse-estadio-atletico/dasftb/20081212dasdasftb_5/Tes

Em 26 de Julho de 2007 o Benfica anuncia na CMVM

(http://web3.cmvm.pt/sdi2004/emitentes/docs/FR14385.pdf)

a venda do Simão abaixo da cláusula, ficando o Benfica com o tão famoso «direito de opção sobre a contratação de dois atletas ao clube espanhol». Numa conferência de Imprensa, carregada de emoção dias antes, Luís Filipe Vieira, fez o anúncio, acto esse que, precipitou a saída de José Veiga em definitivo da Benfica SAD, quando meses antes, na Argentina, tinha negociado a vinda de Oscar Cardozo e Bergessio para o Benfica. Sentindo-se atraiçoado pelo facto de em absoluto segredo, o triunvirato compostos por Luís Filipe Vieira, Domingos Soares Oliveira e Jorge Mendes terem vendido de forma “estranha” a pérola do plantel Benfiquista, demite-se.

Nessa altura, a venda abaixo do valor da cláusula de 25M€, causou estranheza, mas foi assimilada melhor ou pior, com base no tal direito de opção dos 2 jogadores, mentira bem urdida pelo actual Presidente do Benfica, para que não se alterassem alguns sectores contestatários do Benfica, ao qual somou a compra de Di Maria e Andrés Diaz ao Rosário Central.

As relações com o Presidente do Atlético começaram assim, favorecendo as hostes Espanholas, e desde então outros casos foram aparecendo.

Em Agosto de 2008, o Jogador José António Reyes, vem para o Benfica

(http://web3.cmvm.pt/sdi2004/emitentes/docs/FR19826.pdf)

revela-se um excelente reforço do plantel do Benfica, manifesta a sua vontade de continuar a jogar no Benfica, e em 2009, Rui Costa, já na altura o director Desportivo e Administrador do Futebol da Benfica SAD, tem a possibilidade de comprar o resto do passe do atleta, mas estranhamente não faz uso dessa possibilidade, deixando os 25% (2,65M€) do passe, a jogar no Atlético de Madrid na época seguinte, época essa em que Reyes ressurge em grande forma no Atlético de Madrid, ao qual Enrique Cerezo agradece.

Esta época, e é aqui que, começa a dar nas vistas todo este relacionamento entre ambos os Presidentes do Benfica e do Atlético, aparece vindo do nada, a intenção de compra por parte do Benfica, do guarda-redes Roberto Jiménez, que dispensado do Atlético de Madrid, defendera muito bem as cores do Saragoça, evitando o Clube de descer novamente à 2ª divisão Espanhola.

Tão agradecidos estavam os adeptos do Saragoça que queriam vê-lo definitivamente comprado, sabendo que, o Atlético de Madrid no ano anterior, tinha accionado a cláusula de recompra do atleta ao Recreativo por 1,25M€. Para tal, sabendo do interesse do Benfica através das notícias veiculadas nos jornais, dispuseram-se a fazer um esforço e ofereceram 2M€ pela compra do Roberto. Tristes e macambúzios, os dirigentes do Saragoça informaram os adeptos, que uma elevada proposta feita pelo Benfica deitava por terra as chances dele voltar.

Surpreendidos eles,
surpreendido o guarda-redes
... e mais ainda surpreendidos os adeptos do Sport Lisboa e Benfica ficaram, quando foi declarado à CMVM o valor do negócio.

(http://web3.cmvm.pt/sdi2004/emitentes/docs/FR29149.pdf)


Oito milhões e meio de euros.

Meses antes, implorava Jesus pelo seu discípulo do Braga e da Selecção Portuguesa, de nome Eduardo, transmontano trabalhador e que se viria a mostrar ao mundo no Mundial na África do Sul, e que custava 4M€.

De candeias às avessas, com o Presidente do Braga, Empreiteiro, construtor do Centro de estágio do Seixal e amigos de longa data, Luís Filipe Vieira, recusou sempre a vontade ao actual Treinador do Benfica, por razões emocionais e também financeiras pelo que se pensava, pedindo-lhe para criar uma alternativa.

Jesus, tinha visto Roberto actuar e bem contra o Real Madrid e Barcelona, e referenciou o atleta, desconhecendo o valor do mesmo.

Da escolha do Roberto, do seu valor e das suas potencialidades, não vem esta crónica tecer nenhum comentário.

Outrora já foi feito, por isso mesmo o enfoco é os valores altamente estranhos que envolveram o negócio.

Estranhos até, refira-se, para a generalidade dos Espanhóis, deixando o Presidente Enrique Cerezo em estado de graça pelo valor com que vendeu o jogador, algo só antes possível com a invejável capacidade negocial de Bettencourt na compra do avançado Pongolle.

Eu sei que temos um Presidente no Sport Lisboa e Benfica que não é pago. É pública e cito, porque o próprio o afirmou várias vezes.

Luís Filipe Vieira entrou para o negócio da construção imobiliária, antes de ser Dirigente do Benfica.

Vem dividindo o tempo entre as suas empresas de Construção, com negócios em vários Países do Mundo, razão pela qual, por exemplo, mandou para Angola, o seu «Vice no Benfica» o Sr. Mário Dias, para dinamizar o crescimento das suas empresas nas áreas da construção, seja desportiva no caso da Can2010, seja residencial na cidade de Luanda.



Agora, com a janela de oportunidades criada com o novo estádio do Atlético de Madrid, e, acima de tudo com a oportunidade duma parceria simpática com Enrique Cerezo, que lhe possibilita às suas empresas de entrar na corrida e eventualmente construir no 175.000m2 do parque urbanístico Vicente Caldéron-Mahou, ganham outros contornos. Para mim e para alguns amigos espanhóis de Madrid, que me elucidaram quem é e como funciona o Presidente do Atlético de Madrid.

Enrique Cerezo era um produtor cinematográfico, amigo do polémico ex- Presidente, Jesus Gil y Gil, construtor e produtor imobiliário, Alcaide de Marbella, preso por corrupção, falsificação de documentos e desvios de fundos, que faleceu de enfarte em 2004. Entrou na Presidência do Clube de forma transversal, um pouco à imagem da forma como Vieira veio pela mão de vilarinho deixando a Presidência da SAD do Alverca que acabaria por definhar mais tarde.

Hoje, o valor do passe de Roberto, ainda está mais envolto em mistério, sendo que as fontes espanholas, esperam por ver se alguma das empresas de construção civil de Vieira ou dos seus amigos, irá fazer parte do grupo das privilegiadas empresas que edificarão no “caríssimo metro quadrado” ao largo do Rio Manzanares, uma das futuras pérolas da construção civil da Capital Espanhola, para poder entender aquilo que não passa no momento duma simples suspeição.

Saudações do Papoila Calmante

P.S. O empréstimo de Salvio é mais uma acha para a fogueira. Os valores pagos, fala-se em 2,6M€, desconhecendo-se se com opção de compra ou não, são em muito, inferiores aos valores oferecidos por outros clubes, e todos nós sabemos, que entre receber 4M€ em vez de 2,6M€, seja onde for ou com quem quer que seja, é sempre um mau negócio, e isso seria uma contradição na capacidade negocial de Enrique Cerezo que connosco “Benfica SAD”, ou melhor, com Luís Filipe Vieira, provou desde Simão nunca acontecer.

P.P.S. No Benfica sempre se falou das coisas com coragem, por essa razão, nunca foi um clube amordaçado ou do regime. Saímos do edifício da Rua do Regedor à rua, para comemorar o fim da 2ª guerra Mundial e do Fascismo, de bandeiras do Benfica ao alto, quando o Regime ditatorial Português não permitia o uso.


Nota posterior:

Depois de colocado este post, fomos contactados por outros Blogers que nos transmitiram para já a informação de que a Inland, empresa de Luís Filipe Vieira, detém desde 2008, 40% da empresa Abasolo que construiu os painéis fotovoltaicos do Estádio Cornélia- El Prat, do Espanhol de Barcelona, que foi inaugurado em 2 de Agosto de 2009, e recebeu em 2010 o prestigioso prémio Stadium Business Award.

http://www.dforcesolar.com/pt/novo-estadio-do-espanhol-tera-paineis-solares/

http://www.europapress.es/economia/noticia-economia-empresas-fcc-galardonado-mejor-instalacion-deportiva-mundial-2010-estadio-espanyol-20100813125145.html


A Abasolo é ao que parece uma das Empresas que ganhou o concurso e que irão construir o novo projecto na Capital Espanhola.

(fonte eterno benfica)

ps:isto pra o LFV ganhar um lugar no betao para o novo estadio do atletico madrid!

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